Representantes de centrais sindicais estiveram nesta semana em Brasília, realizando uma série de mobilizações contra as reformas da Previdência e Trabalhista, propostas pelo governo de Michel Temer. Na tarde desta terça-feira (21), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu um grupo de presidentes das Centrais. A líder do PCdoB, deputada Alice Portugal, acompanhou a audiência e criticou duramente as reformas. “O objetivo central do governo Temer é que o trabalhador não se aposente e tenha seus direitos reduzidos pela reforma trabalhista. Eles querem forçar os jovens a irem para a porta de um banco solicitar a previdência privada para uma seguradora. Precisamos defender a previdência pública, pois este governo golpista quer arrebentar as conquistas que a duras penas obtivemos no curso desses anos”, disse Alice.Os dirigentes criticaram a velocidade de tramitação das matérias na Casa e pediram a Rodrigo Maia maior participação nas audiências públicas e debates sobre os temas. Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, “os elementos das propostas são bastante indigestos”. “O governo tenta impor a toque de caixa, sem diálogo com a sociedade, uma idade mínima de 65 anos, por exemplo, para acesso ao benefício da aposentadoria. Isso não é razoável com os trabalhadores. Queremos estabelecer um diálogo, pois a sociedade está refém deste destempero do governo, que age como se fosse uma tropa de choque contra os trabalhadores”, afirmou o dirigente sindical. O encontro foi acompanhado por parlamentares da oposição, que já haviam se reunido anteriormente com os sindicalistas para traçar uma agenda de mobilização contra as matérias.Tema caro ao governo, a Reforma da Previdência é peça-chave para o “ajuste fiscal” iniciado com a aprovação do teto de gastos. A expectativa do governo é aprovar a matéria até o meio do ano, mas a forte resistência de parlamentares e entidades da sociedade civil às mudanças propostas tem apontado que essa disputa não será tão fácil. “Temos uma maioria construída artificialmente na Câmara dos Deputados, que daria o jogo como jogado. Mas as ruas falam alto para indagar como ficam os trabalhadores rurais. Vão ter que pagar 49 anos? Como ficam trabalhadores em geral? Vão ter que pagar 29 anos, já que a média de contribuição anual é de cinco meses?”, questionou Alice durante o encontro na presidência da Câmara, ressaltando que a Reforma da Previdência transforma a aposentadoria em um bem inatingível.
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