.

.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Oposição promete obstrução até Temer cair

Líderes do PCdoB, PT, Minoria e PDT, além de parlamentares da Rede e do PSol criticaram “ar de normalidade” que governistas querem impor na Câmara e repudiaram ataques de Michel Temer a procurador-geral da República em pronunciamento pós-denúncia por corrupção passiva.
 Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (27), líderes de partidos da oposição anunciaram que irão reforçar a obstrução de matérias no Plenário. Para PCdoB, PT, PDT, além de deputados da Rede e do PSol, não há possibilidade de se votar nada no Parlamento enquanto Michel Temer continuar na Presidência da República. Leia também: “Congresso não deve parar”, afirma líder comunista “Vamos obstruir todas as matérias, porque essa Câmara não pode passar a ideia de que está tudo na mais absoluta normalidade. A crise é de tal dimensão que não há espaço para recesso em julho. Esta Casa, assim que receber a denúncia contra Michel Temer, deve estar em funcionamento e acatar o pedido”, defendeu a líder do PCdoB na Câmara, deputada Alice Portugal (BA). Temer foi denunciado nesta segunda-feira (26) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. Segundo Janot, Temer foi o destinatário final de uma mala contendo R$ 500 mil em propina e de uma promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas por parte da empresa JBS. Minutos antes da coletiva, Michel Temer tinha acabado de fazer um pronunciamento em cadeia nacional onde atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo Temer, Janot apresentou uma denúncia sem provas e buscou “revanche, destruição e vingança” na acusação de corrupção passiva, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de segunda-feira (27). O peemedebista acusou ainda o PGR de ter recebido propina do ex-procurador Marcelo Miller, que deixou o Ministério Público Federal para atuar em um escritório de advocacia que negociou o acordo de leniência da JBS. Para a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (RJ), Temer está “achincalhando país”. “Ele deveria ter poupado a população deste pronunciamento. Tudo o que ele falou foi numa linguagem de máfia. Fez acusações graves à PGR em vez de se defender. O governo deveria se preocupar mais com o que está acontecendo”, disse. Para a parlamentar, o fatiamento da denúncia contra Temer foi uma estratégia acertada, pois permitirá a divisão entre três relatores diferentes e permitirá três votações. “Vamos ver quem serão os deputados que votarão três vezes para livrar essa organização criminosa que vem sendo revelada”, afirmou Jandira Feghali.


Nenhum comentário:

Postar um comentário