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domingo, 26 de janeiro de 2025

O futuro do PT na Bahia começa agora, por Deyvid Bacelar*

 

A liderança do ex-governador Jaques Wagner, em 2006, quando comandou a aliança progressista e de esquerda que interrompeu quase trinta anos de tirania do carlismo na Bahia, possibilitou à sociedade respirar novos ares, inaugurando um novo modelo de governo, no qual a democracia e o diálogo com a população permitiram a participação da sociedade civil nas principais decisões de governo.

Tendo o cidadão como centro dos investimentos do estado, os primeiros programas foram no sentido de resgatar a dignidade do povo da Bahia. Aliado ao presidente Lula, Wagner iniciou uma nova etapa de inclusão socioeconômica para milhões de baianas e baianos.

Foi com essa visão inclusiva que foi criado o Água para Todos, Luz para Todos, TOPA – Todos pela Alfabetização, além da reconstrução da malha viária do estado e transformação impactante na mobilidade urbana de Salvador, especialmente a retomada do projeto metrô, que tinha ficado doze anos parado na mão do carlismo.

Todos esses avanços foram feitos de forma republicana, sem olhar a coloração da bandeira partidária do prefeito eleito em cada município, o que inaugurou na Bahia o modelo de governar para todos.

O governo Wagner conquistou o reconhecimento da sociedade, o que possibilitou a eleição de seu sucessor Rui Costa, em primeiro turno. O governo liderado por Rui foi marcado pelas ampliações dessa nova forma de governar. Comprometido com a transformação da Bahia, Rui Costa retomou projetos e avançou na modernização da infraestrutura, ampliando os serviços de saúde com a criação das policlínicas e a construção de hospitais regionais. Na mobilidade urbana, o estado teve avanços marcantes, a exemplo da ponte de Ilhéus.

Podemos destacar também o enfrentamento e combate ao racismo, os programas para juventude, as políticas inclusivas para a comunidade LGBTQIAPN+, dentre tantas outras. Por isso, a população baiana o apelidou de Rui correria.

As exitosas gestões de Wagner e Rui ganharam o reconhecimento da população com a eleição do governador Jerônimo Rodrigues. Mestre em Engenharia Agrônoma, professor, filho de um vaqueiro, oriundo das camadas menos favorecidas da sociedade, ascendeu à política depois de passagens marcantes no governo de Dilma Rousseff, e como secretário das pastas do Desenvolvimento Agrário e Educação do governo Rui.

Em apenas dois anos de governo já podemos afirmar que as prioridades deste governo estão voltadas não só para o presente, mas fundamentalmente preparando a Bahia para o futuro. Nesse particular podemos destacar uma visão estratégica para o desenvolvimento da sociedade, especialmente com os programas das escolas de tempo integral e Bahia sem Fome, além da continuidade e ampliação dos serviços de saúde do estado. A criação de políticas voltadas para os povos originários é um resgate e uma dívida que a sociedade tem com aqueles e aquelas que sempre habitaram esse solo e que foram expropriados não só da terra, mas fundamentalmente dos direitos e da percepção de pertencimento.

Em relação ao desenvolvimento do estado, o governador Jeronimo teve a capacidade de liderar os aliados, influenciando o governo Lula para trazer a Fábrica de Automóveis elétricos BYD, ocupando a planta que outrora tinha pertencido à Ford. Essa retomada da indústria automobilística para Camaçari tem sido fundamental para a geração de emprego, renda e qualificação de mão de obra especializada para os trabalhadores deste seguimento.

Tema também estratégico para o desenvolvimento do País, a questão energética é peça fundamental para o desenvolvimento da Bahia e da Região Nordeste. Nesse ponto somos uma vanguarda nacional em energias renováveis. Para se ter uma dimensão deste universo, podemos afirmar que, depois dos dezoito anos de governos liderados pelo PT, a Bahia hoje tem uma matriz energética majoritariamente renovável, sendo que destas destacamos: a energia eólica com 73% da produção no estado, seguida pelas fontes de energia hídrica 17%, solar 5%, térmica 5%. E não para por aí, até o final de 2025 o estado deve receber investimentos de mais de R$ 50 bilhões na implantação de 74 usinas. Destas 63 serão eólicas e 11 solar.

Como coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e com assento no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo do presidente Lula, tenho contribuído com o governo e a sociedade para o desenvolvimento de novas fontes de energias renováveis e de combustíveis sustentáveis, através da da implantação das bio-fábricas, usinas de hidrogênio verde, construção de usinas de bio-massa e de uma refinaria verde na Bahia.

Essa visão, liderada pelo governador Jerônimo, vem possibilitando a geração de energia de baixo carbono e ou zero carbono, atraindo mais industrias e fábricas e contribuindo para o desenvolvimento do estado. Tudo isso já vem gerando emprego, renda e mais riqueza para ser destinada à melhoria da qualidade de vida da população.

Por fim, ainda sobre o desenvolvimento da Bahia, por ser integrante da frente da indústria naval nacional, tenho ajudado na articulação junto aos governos para que sejam consolidados os investimentos na retomada da indústria naval na Bahia, com geração de emprego e renda já prevista para o primeiro semestre de 2025 no Estaleiro da Enseada do Paraguassu. Essa retomada será um fator de desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva do município de Maragogipe e de todo o Recôncavo Baiano, após uma luta que para nós sempre será fundamental e estratégica.

Vale ressaltar que, nos últimos anos, travamos diversos combates para que os investimentos da Petrobrás retornassem à Bahia, estado onde começou a história do petróleo no Brasil. A chegada de novas sondas de perfuração e produção à Bahia agora em 2025 consolida essa retomada e provam mais uma vez que a nossa luta não tem sido em vão. Também estamos prestes a comemorar a reestatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), assim como das Fábricas de Fertlizantes (Fafens), de Camaçari e de Laranjeiras (SE), que também voltarão a ser geridas pela Petrobrás.
Para continuar nessa trajetória de desenvolvimento econômico e inclusão social, nacionalmente sob a liderança do presidente Luiz Inácio LULA da Silva, que é o nosso maestro, temos na Bahia a sorte de contar com o governador Jerônimo, além do senador Jaques Wagner e do ex-governador e atual ministro da Casa Civil Rui Costa, três grandes lideranças do Partido dos Trabalhadores. Com eles poderemos avançar cada vez mais.

Nesse sentido, quero falar para os simpatizantes, filiados e militantes do PT: em 2025, teremos o PED – Processo de Eleição Direta , onde cada filiado e filiada elegerá as direções, nos municípios, nos estados, além da direção nacional.

Trata-se de uma oportunidade de realizar as plenárias de debate e os balanços das politicas defendidas pelo partido, bem como a correção de rumo, ou mesmo a eventual tática política e eleitoral que se faça necessária

Penso que o partido, nacionalmente e na Bahia, precisa estabelecer processos decisórios plenamente participativos, bem como refletir sobre os desafios da sua comunicação com a sociedade, aprofundando o entendimento sobre as novas tecnologias e as novas formas de trabalho. Será necessário também encontrar o caminho de diálogo com um setor que cresce todos os dias, que são os trabalhadores prestadores de serviço nas diversas plataformas (as chamadas uberizações da mão de obra).

Precisamos também entender o fenômeno do crescimento do seguimento evangélico na sociedade, ter com eles um debate laico e sincero acerca de temas que nos parecem comuns, a exemplo da solidariedade, justiça, acolhimento e inclusão dos excluídos. Hoje esse seguimento é representado pela maior parcela de negros e de pessoas residentes nas comunidades. Temos que aprender a dialogar com esse seguimento, entender como fazer a disputa cultural com algumas de suas lideranças, que dizem representá-los, mas que, na realidade, se utilizam da boa-fé destas pessoas para criar verdadeiros impérios particulares.

Em 2024 saímos das eleições com o “copo pela metade” (podia ter sido melhor). Para alguns, foi um fracasso total; para outros, foi uma vitória extraordinária, considerando os oito anos do golpe contra a presidenta Dilma e os quatro anos do governo de extrema direita, que desmontou o estado brasileiro a as políticas públicas construídas nos governos do PT.

O governo Lula está orientado para a retomada da indústria nacional, a transição energética justa, o desenvolvimento de novas tecnologias a partir de minerais raros e o desenvolvimento da indústria de micro chips.

A nação só será plenamente desenvolvida e soberana se avançar seu parque tecnológico. Para essa nova era, o PT precisa promover um pacto entre governo e sociedade que produza as condições para o desenvolvimento da indústria de micro chips, nano tecnologia, biotecnologia e a retomada da indústria de fertilizantes. Acredito que o investimento em ciência e tecnologia deve ser o farol de um governo liderado pelo PT.

Penso também que precisamos avançar para um debate qualificado, que tenha uma direção capaz de ajudar na construção das relações com os partidos, com as lideranças e com a sociedade civil organizada, para pavimentar a reeleição do presidente Lula, a reeleição de Jerônimo na Bahia e a reeleição e ou sucessão dos governadores e governadoras nos estados comandados pelo PT.
Esse é o momento de desburocratizar as direções do PT, onde tenha direção burocratizada. O que eu quero dizer com isso é que nossos dirigentes precisam ter vida real junto à sociedade e perto de sua comunidade.

A direção precisa estar na base do partido, ouvir seus dirigentes nos municípios, ter canal de diálogo com seus filiados e simpatizantes. O que parece é que estamos atuando de forma analógica em um mundo digital. Aproveitemos a oportunidade do PED para fortalecer o partido, para que continue sendo o elo aglutinador das forças progressistas e democráticas da sociedade, avançando nas políticas de um desenvolvimento inclusivo e fraterno.

O desafio para a próxima direção do PT na Bahia é criar as condições e ter a capacidade de construir com os aliados a reeleição de Jerônimo Rodrigues, com uma chapa forte que possibilite, junto com os aliados, ampliar a votação de Lula na Bahia. Os desafios desta geração são grandiosos, mas eu me pergunto; quando não foram? Quanto de sacrifício e dedicação por justiça, democracia, emprego com dignidade, inclusão social, cultura e lazer a geração que nos antecedeu abdicou, entregando o melhor de si e, em alguns casos, não raros, tendo sido assassinados por defender esse ideal.

A todos que foram esmagados pela tirania e truculência, queremos dizer com plenos pulmões: Ainda Estamos Aqui!!!

Viva a luta dos que querem justiça, democracia e dignidade para o povo brasileiro!!!

*Deyvid Bacelar é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo Lula.

Deyvid Bacelar*

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