Não te parece muitas vezes
que o mundo ficou louco? É como se as coisas nem sempre se encaixassem, como se a pressa,
o entorpecimento de olhar fossem roubando a essência das pessoas. O dinheiro é o norte, o consumismo, a produtividade a qualquer
preço e tudo o que isso deriva, como o egoísmo, a violência, a ganância
estabelecida em nome da fé, da saúde, da política, do que era para ser bem
estar básico do ser humano. Então,
chega determinado dia que você desliga a TV irritado, ou soca o volante ou
simplesmente olha no espelho e diz “cansei”. Como
se a caminhada no contra fluxo estivesse no limite e a possibilidade de ser como todo mundo, de
desistir, de simplesmente seguir a manada soasse como possibilidade tentadora. Sei
como é. Confesso que tem dias que não quero escrever, que sinto não ter muito a
contribuir, como se estivesse tentando apagar um incêndio com uma canequinha. Sei
como se sente. Quando isso acontece, não luto contra. Lembro que estamos no
mundo das relatividades, que carregamos trevas e luz dentro da gente, que
estamos aqui para aprender a amar. Como não doeria? Como seria fácil? Sim, nada é tão certo e nas
incertezas há muita beleza! A dor faz parte do processo, o inconformismo, o cansaço, a
sensação de remar contra a maré também. É normal, é natural, é sinal que você não se tornou um psicopata
existencial, do tipo que vê, mas não enxerga, que sabe, mas não sente, afinal,
nem sempre o mundo é um lugar fácil para viver.
Não são apenas os “insights” que nos
elevam, tampouco haverá plenitude enquanto convivermos com tanta dor. Portanto,
se esse for seu processo hoje, receba aqui minha solidariedade, meu carinho e
minha completa certeza de que isso passa.
Sim, acredite, isso passa. É como
acordar com passarinhos cantando depois de uma madrugada de tempestade, raios,
ventos e medo. É como estar no meio da multidão em alvoroço e ser regatado por
um abraço amigo e acolhedor como a voz de quem amamos interrompendo ruídos,
como um dia de sol depois de semanas de chuva. Como
sentir que tudo se perdeu, que não há mais jeito até que um inesperado sinal de
renascimento muda as perspectivas. Quando passa, você percebe que saiu mais forte do que entrou. Isso é maravilhosamente inexplicável! Aos poucos tudo vai
ficando claro e a dor fazendo sentido, tudo se encaixando, clareando,
harmonizando apesar dos pesares, equilibrando sem que você tenha feito nada. Só
percebeu, só se aquietou, só enxergou.
Uma das coisas mais lindas dos humanos
não é a capacidade de lutar, de estar forte sempre, de resistir, de sermos
fortalezas ambulantes. Não é aí que mora nossa força. Nossa
beleza está em nossa relatividade, na fraqueza que amanhã se transcende, no
choro que, sim, pode acontecer e, quando passa, lava a alma, na dor que nos
deixa mais fortes, na capacidade de reconhecer sem medo, sem culpa, sem
remorso, nossa própria humanidade e então transcendermos.
Sejamos humanos! Só não
perca a esperança. Todos tem direito a dias ruins, é normal sentir que as forças
acabam, mas ela volta, melhor, depurada, enraizada. Só
não perca a esperança! Há muitas coisas boas ainda no seu caminho. Sei
que há. Portanto, caminhemos. Que este caminho chamado de ano novo, você possa começar a dar
passos que te levem a novas possibilidades para 2014. (Fique
Bem!)
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