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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Governador Rui Costa se reúne com deputados federais

Em meio a um cenário de crise na Bahia, cujo governo teve uma baixa arrecadação nos primeiros três meses do ano se comparado ao mesmo período do ano passado, e diante da possibilidade do quadro se agravar ainda mais nos próximos meses, diminuindo investimentos no Estado, o governador Rui Costa (PT) resolveu, finalmente, fazer o tão esperado encontro com os deputados federais da base aliada ontem. O encontro já vinha sendo solicitado pelos parlamentares, que pediam uma maior aproximação e abertura para discutir questões relacionadas à Bahia, entre elas, a discussão sobre os cargos federais no Estado. “São cargos que não se mexem há um tempo. Pedimos pra fazer um levantamento e conversar, saber quem é quem, quem indicou quem”, pontuou o deputado federal e coordenador da bancada baiana, José Carlos Araújo (PSD).  

Na reunião, o governador falou sobre a situação de crise que a Bahia deve enfrentar e pediu aos deputados federais que colocassem as emendas individuais para a construção e funcionamento das policlínicas em cidades polos, que atenderão os municípios consorciados de cada região da Bahia. O pedido foi feito após apresentar o projeto dos consórcios de saúde e também chega em meio a um cenário não muito favortável para grandes investimentos na área.
Rui Costa esteve em Brasília acompanhado do secretário de Relações Institucionais Josias Gomes, e também esteve com os senadores eleitos pela Bahia. A conversa,  ocorrida num café da manhã, com os 20 deputados – cinco deles não puderam comparecer devido a atividades já agendadas – teve um tom de busca por estreitamento nas relações. Embora não afirmem, no início do ano deputados federais mostraram-se um pouco insatisfeitos com a demora de Rui em se reunir formalmente, como ocorreu ontem. “Não houve uma crítica em si, e sim a bancada querendo uma maior aproximação”, argumentou o coordenador da bancada baiana. No encontro, o governador Rui Costa (PT) também definiu com os deputados federais baianos uma agenda fixa de reuniões, chamada Agenda Parlamentar do Governo da Bahia; “Foi  uma reunião muito boa.  O governador tratou do estreitamento da relação dos parlamentares. Um  dado positivo da reunião foi que tratamos da criação da agenda parlamentar do governo da Bahia. É uma coisa corriqueira e normal que existe, mas Rui transformou isso em agenda. De fato, na Câmara dos Deputados vota-se muita coisa e com certeza muitas delas impactam positiva  na vida do povo”, explicou o secretário de Relações Institucionais do Estado, Josias Gomes.
A sugestão da agenda partiu dos próprios parlamentares  e foi aceita por Rui. “Considero a decisão um divisor de águas, pois permitirá que todos os assuntos em que a Bahia tenha interesse com o governo federal e com o Congresso Nacional tenham a participação ativa de nossos parlamentares. Com isso, vamos qualificar bastante nossa relação com a bancada federal”, destacou Josias.
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) afirma que a reunião foi suprapartidária e foi importante diante do momento político que tem sido vivido na Bahia e no Brasil, com cenários de grandes dificuldades. “Foi positiva. Rui mostrou disposição de negociar e dialogar”, afirmou.
Projetos - De acordo com o secretário Josias Gomes, a conversa com os deputados teve entre seus objetivos discutir o projeto de lei 289/2011, do senador Randolfe Rodrigues, que propõe novos critérios para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). A Bahia, que perderia cerca de R$ 2 bilhões anuais, seria o estado da federação mais prejudicado com a nova fórmula.
Para os parlamentares, e também para o governador, a região Nordeste seria uma das mais prejudicadas com a aprovação do projeto de lei. De acordo com uma análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, que simula as perdas e ganhos com o novo cálculo proposto, com as mudanças propostas pelo projeto de lei, seriam subtraídos cerca de 11% das receitas atuais da região. Bahia, Ceará, Pernambuco e Maranhão sofreriam reduções substanciais, de 44%, 40%, 39% e 27%, respectivamente.
Fonte: Tribuna da Bahia online

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