Mesmo que o mundo consiga cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius, o aumento do nível dos mares irá submergir áreas que abrigam cerca de 280 milhões de pessoas em todo o planeta, alertaram pesquisadores nesta segunda-feira. Mas se a iminente cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) fracassar na obtenção de um novo acordo para frear a mudança climática e o processo continuar no ritmo atual, o número de pessoas vivendo em terras ameaçadas vai subir para 627 milhões à medida que a temperatura global chegar a 4º Celsius, afirmou um relatório emitido pelo grupo de pesquisa de ciência climática Climate Central. Cerca de 155 países prometeram cortar as emissões nacionais de gases de efeito estufa como parte de um acordo climático que deve ser firmado na cúpula de Paris em dezembro. Mas estas reduções ainda vão levar a um aquecimento global de 3 a 3,5º Celsius, declarou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente na semana passada.
Com 3 graus, uma elevação média do nível dos mares de 6,4 metros afetaria aproximadamente 432 milhões de pessoas que vivem abaixo desse nível, segundo o relatório do Climate Central.
“O desfecho em Paris pode nos colocar a caminho de perder inúmeras grandes cidades costeiras e monumentos em todo o mundo, de uma migração e uma desestabilização sem fim ou a caminho da preservação de muito mais de nossa herança global e de um futuro mais estável”, disse Benjamin Strauss, vice-presidente para aumento do nível dos mares e impactos climáticos do Climate Central, em um comunicado.
A China, principal emissor de carbono do planeta, tem o número mais alto de pessoas em risco em seu litoral, 145 milhões vivem em terrenos futuramente ameaçados pela elevação dos mares no caso de um aquecimento global de 4 graus Celsius.
A Índia é a seguinte com 55 milhões de pessoas em risco, seguida por Bangladesh, Vietnã, Indonésia e Japão. Os Estados Unidos são a nação mais ameaçada fora da Ásia, com cerca de 25 milhões de pessoas em regiões implicadas.
Limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius reduziria a exposição em mais da metade nos EUA, na China e na Índia, os três maiores emissores de carbono, assim como em muitos outros países, afirmou o Climate Central.
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