Marina Silva, fundadora da Rede, atacou neste domingo a postura do PT de “fazer apologia ao confronto para se defender de acusações”, e que o povo brasileiro merece ser reparado por erros do governo. Ex-ministra de Lula, Marina disse que não conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que ele foi alvo de condução coercitiva na Lava-Jato. É triste, obviamente, ver um partido que no passado suscitou tantas esperanças na defesa da ética e no combate à corrupção, agora tendo que fazer apologia do conflito, do confronto, para se defender de acusações — afirmou Marina, em referência ao PT e ao comportamento do partido depois da fase mais recente da Operação Lava-Jato, em que Lula foi alvo. — Espero que no nossos país possamos chegar a um tempo em que o funcionamento das instituições, a autonomia das instituições, não tenha que ser combatido por agentes públicos – disse a fundadora da Rede.
Neste sábado, a presidente Dilma Rousseff visitou Lula em São Bernardo, e a oposição já anunciou que irá à Justiça contra o uso de dinheiro público na viagem. Marina afirmou que a Justiça deve ser vista como “reparação”, e não como “vingança", e defendeu que ninguém está acima da Lei. Marina Silva ressaltou que não é hora de apontar culpados ou deslegitimar as investigações.
A posição de Marina quanto à saída das “várias crises” que o país vive é pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela ressalta que o impeachment não é golpe, mas diz que “nem sempre o caminho mais rápido é o melhor”. Para ela, o impeachment não traria avanços práticos, já que Dilma e Temer, o PT e o PMDB, seriam “duas faces de uma mesma moeda”. Marina, que defende que o povo brasileiro deve ser reparado de um erro a que foi induzido nas eleições, falou também em “fim de ciclo” para sair da situação atual de “poço sem fundo”.
— A cada dia, parece que nos colocaram uma espécie de poço sem fundo. Nós temos a clareza de que estamos, eu espero, em uma espécie de fim de ciclo, espero profundamente que estejamos e um fim de ciclo, que se articula para o poder, pensando em projeto de poder — declarou, e completou: — Eu não entendo por que com tanta violência projetaram em mim que se eu ganhasse as eleições, eu seria cassada por falta de apoio no Congresso, eu iria tirar o emprego das pessoas, a comida, o estudo das pessoas. Agora eu entendo. Essa projeção foi feita porque, conhecendo com profundidade a gravidade da crise que estava sendo ocultada, com certeza essas pessoas sabiam que não tinha outro caminho.
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