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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Gasolina é vendida no crediário em Salvador como forma de driblar crise

Alguns postos de combustíveis estão fazendo de tudo para vender, até mesmo parcelar o valor da gasolina está valendo. É o que acontece nos postos Shell, localizado na Avenida Vasco da Gama, em Brotas, e Zeus, no Ogunjá, que parcelam em até três vezes no cartão de crédito. Gerentes afirmam que a recessão ainda é grande, por isso estão aumentando as facilidades de pagamento. Com isso, quem ganha é o consumidor. A crise econômica do País afetou fortemente o eletrotécnico Carlos Wanderley, 49. Necessitando abastecer o carro, mas ser ter dinheiro em mãos, ele aproveitou a nova forma de pagamento. “Acho que é vantagem, principalmente quando temos a urgência de abastecer. Agora mesmo abasteci R$ 30 e dividi em duas vezes. Pra mim, foi uma mão na roda. A gasolina está muito cara, nem nos Estados Unidos tem custo tão alto assim”, opinou. Dos 2.600 postos de combustíveis que operam na Bahia, somente três aceitam dividir no cartão de crédito, segundo o Sindicombustíveis. Apesar de a quantidade de estabelecimentos adeptos à nova forma de pagamento ainda é pequena, mas já atrai os motoristas. “Abastecemos em torno de 300 tanques por dia, com pagamento parcelado no cartão de crédito. A procura é realmente muito forte, mesmo sendo esta forma de pagamento sendo pouco divulgada”, revelou Marcelo Amorim, caixa do Posto Zeus, local em que o litro da gasolina é vendido a R$ 3,82. No posto Shell, localizado no Ogunjá, o litro do combustível é vendido a R$ 3,89, e cerca de 60% dos consumidores optam pelo pagamento parcelado. “Normalmente, eles enchem o tanque. Quando é gasolina aditivada, alguns choram para parcelar em mais vezes. Nestes casos, por se tratar de um produto mais caro, chegamos a dividir em até quatro vezes”, informou o frentista Jailton Ferreira. De acordo com a gerente do posto Zeus, Ana Paula Lopes, esta é uma estratégia para atrair clientela. “Levando em conta o atual momento econômico no qual se encontra o Brasil, foi necessário. Mas é uma medida provisória, utilizada como atrativo, por se tratar de um posto novo no mercado. Quanto aos encargos, vender no cartão de crédito fica muito mais oneroso pra gente, porque diminui nossa margem de lucro. Mas, com isso, atingimos o objetivo de conquistar o cliente”, ratificou O estabelecimento começou a operar na cidade há cerca de oito meses, mas a nova forma de pagamento só passou a ser adotada nos dois últimos. “É um posto único, que não tem rede. Temos enfrentado dificuldade no mercado por ser uma marca nova, de bandeira branca. Com essa estratégia, queremos provar ao nosso cliente que o produto é de qualidade, que ele encontrará bom atendimento. Só que não tem surtido muito efeito. A maioria equipara o combustível à alimentação, que não é viável parcelar”, revelou. Quem confirma o que ela diz é o técnico em radiologia, Victor Gonçalves, 28. “É uma vantagem bem direcionada. De modo geral, não ajuda muito. Meu tanque costuma durar 15 dias, então passar outros 90 dias pagando não é vantagem. Prefiro pagar no dinheiro ou débito”, afirmou. “Se isso se tornar um vício, quando a pessoa der por si estará com o cartão estourado. Ela vai acabar endividada ir na onda de pagar depois”, reforçou o comerciante Santiago Fernandes, 32.

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