O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), disse na manhã de ontem que a cidade não seguirá o decreto do presidente Jair Bolsonaro, que tornou salões de beleza e academias atividades essenciais durante a pandemia do novo coronavírus. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também chegou a informar que o Estado também não cumpriria a orientação federal. “O Supremo já decidiu que prefeitos e governadores têm absoluta autonomia. É mais uma decisão do presidente que não conta com a nossa concordância. Não há hipótese de ter o retorno de salões de beleza e academias”, disse, durante a inauguração de um hospital de campanha na área do Wet’n Wild, na Avenida Luis Viana Filho (Paralela). O decreto de Bolsonaro pegou de surpresa o ministro da Saúde, Nelson Teich, anteontem. “Isso aí... Saiu hoje isso?”, questionou Teich ao ser indagado sobre a decisão do presidente durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Teich minimizou o episódio dizendo que esta não é atribuição da sua pasta, e sim do presidente e do Ministério da Economia, mas que a medida ainda pode ser revista após considerações da Saúde. “Não passou pela gente. A decisão de atividades essenciais é definida pelo Ministério da Economia”, disse. Antes da declaração, o ministro da Saúde consultou o secretário executivo, general Eduardo Pazuello. Ao anunciar o decreto, o chefe do Palácio do Planalto argumentou que academia é importante no período da quarentena para preservar a saúde das pessoas. “Academia é vida. As pessoas vão aumentando o colesterol, tem problema de estresse. (Com a academia) vai ter uma vida mais saudável”, disse, complementando que ir ao cabelereiro é uma questão de higiene. “ A questão de cabeleireiro também. Fazer cabelo e unhas é questão de higiene.” Por: Guilherme Reis - Editor de Política, com Estadão Conteúdo
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