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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Dia mundial do meio ambiente e a luta dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis

Por Wenceslau Júnior

 No próximo dia 05 de junho, comemora-se o dia mundial do meio ambiente, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU).

As questões ambientais são palco de debate há longas décadas, desde antes da Primavera Silenciosa (Rachel Carson, 1962). No entanto, o tema tem ganhado ainda mais força e relevância nos últimos anos, em razão dos desastres ambientais, das emergências climáticas, e, sobretudo, da urgência de compreendermos a relação de interdependência do ser humano com o meio ambiente. 

Diante da visão de parte da sociedade de que a natureza é apenas provedora de recursos e receptora de resíduos é que o imortal Ailton Krenak (2020) anuncia: O amanhã não está à venda! É necessário repensarmos o consumo, fortalecermos os princípios de recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Pela manutenção da vida na terra, a reformulação dos nossos padrões de consumo e a transição energética e ecológica são mais que necessárias, são urgentes.

Nesse contexto, o Governo Federal, por meio do Ministério da Fazenda e outros Ministérios, lançou o Programa de transformação ecológica, que propõe um novo modelo de desenvolvimento econômico que busca reduzir os impactos ambientais e a desigualdade.

Nessa mesma linha, o Consórcio do Nordeste apresenta um plano de transformação ecológica para a região que abriga vários biomas, entre eles a Mata Atlântica e a Caatinga, o último, próprio do nordeste brasileiro.

Com os planos apresentados podemos visualizar que estamos, finalmente, vivendo uma era de concepção de desenvolvimento, onde as questões ambientais são debatidas em parceria para que seus impactos sejam mitigados e oportunidades de desenvolvimento sustentável e inclusão sejam construídas. 

Ainda imbuídos nessa pauta, não podemos deixar de reconhecer e valorizar o papel dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis para a construção do elo entre economia e manutenção da vida na terra. Esses agentes ambientais, especialmente os que se organizam sob os princípios da Economia Popular Solidária e do Cooperativismo, são os grandes protagonistas dessa temática. São diversas associações, cooperativas e grupos coletivos que desenvolvem trabalhos de educação e sensibilização ambiental,  geram renda, e reduzem o impacto ambiental ao contribuírem com a retirada de produtos que poderiam sofrer um descarte inadequado.

Por essas razões, o Governo do Estado da Bahia têm investido fortemente nesse segmento. O apoio às Cooperativas e Associações nos grandes eventos, especialmente no Carnaval e São João, se constituiu em uma tecnologia social que se aperfeiçoa ano após ano, ampliando cada vez mais os investimentos, o número de catadores beneficiados e de resíduos coletados. 

Além dos grandes eventos, o apoio à regularização, assistência técnica e formação desses grupos também é uma outra vertente que vêm se fortalecendo. A doação de equipamentos como prensas, balanças e carrinhos vêm acontecendo de igual forma.

Ainda nessa temática, o Governador do Estado, Jerônimo Rodrigues criou um Comitê Executivo sobre a Cadeia Produtiva de Recicláveis, este coordenado pela Casa Civil e com a participação de várias secretárias de estado.

A SETRE ocupa o comitê atuando nas ações de Assistência Técnica e Formação, Aquisição e doação de equipamentos e Apoio a grandes eventos; a SEDUR tem a responsabilidade de melhorar a infraestrutura dos galpões; a SEMA recebeu a responsabilidade de lapidar a legislação e criar o sistema de pagamento pela prestação de serviços ambientais; a SDE busca de atrair mais indústrias que processem o material, entre outras. 

Além das secretárias de estado envolvidas, as Voluntárias Sociais da Bahia atua nessa agenda como grande articuladora das instituições e em busca de financiamento.

Compreendemos, por fim, que o principal desafio desse acúmulo de tarefas entre as secretarias e instituições parceiras é, sobretudo, o de conscientizar os municípios do estado de que as Cooperativas e Associações prestam um serviço ambiental relevante, e por isso precisam ser remuneradas por este de forma justa e regularizada.

O Governo do Estado está fazendo a sua parte, os catadores e alguns municípios também, o que já apresenta avanços que nos trazem esperança, mas ainda há muito trabalho pela frente! Neste dia Mundial do Meio Ambiente,  convidamos a todos/as a se debruçarem sobre essa pauta que mais do que importante, é essencial para o planeta.

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