O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) que já considera real a possibilidade de PP e União Brasil deixarem a Esplanada dos Ministérios nos próximos meses. As duas siglas, que atualmente integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupam pastas estratégicas, mas, segundo o senador, não devem apoiar a reeleição do petista em 2026.
“Todo mundo quer participar do governo, não participou da eleição. Muita gente dentro do governo foi atraída depois, porque o presidente queria fazer maioria no Congresso. Mas, quando chegar perto da eleição, eu não tenho confiança de que o cara vai abraçar [a reeleição]”, disse Wagner durante entrevista ao podcast PodZé.
Atualmente, o Progressistas comanda o Ministério do Esporte, com André Fufuca, enquanto o União Brasil tem sob seu guarda-chuva os ministérios do Turismo, Comunicações e Integração Nacional — este último por indicação direta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Jaques Wagner minimizou o impacto de uma possível debandada. “Na campanha de 22, o presidente ganhou sem MDB, União Brasil ou Progressistas. Não tem muita novidade no que está se anunciando agora”, ressaltou. “Óbvio que eu vou trabalhar para que não seja assim, mas em 22 nós já enfrentamos a batalha praticamente sozinhos.”
Derrota
O senador também comentou a recente derrota do governo no Congresso, que derrubou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do IOF. Para ele, a decisão atende a pressões de “grupos econômicos” que financiam campanhas.
“São interesses desses grupos que contribuem para a eleição ou apoiam deputados e senadores. Aí o cara faz a devolutiva. E o povo sobra”, afirmou. “Você elege o presidente e bota na Câmara e no Senado uma composição contrária. Como é que governa?”
Apesar da derrota, Wagner defendeu reação firme do governo. “Ganhar ou perder é do jogo político. Mas a gente não perde debaixo da cama, debaixo da mesa”, disse.
Por fim, o senador também opinou sobre o “Gilmarpalooza” — evento jurídico promovido pelo ministro Gilmar Mendes, em Portugal. Segundo Wagner, embora parte da comitiva vá apenas “passear”, muitos parlamentares participam de debates relevantes. “É verdade que muita gente vai só para passear. Mas também tem trabalho importante sendo feito lá”, ponderou.
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