quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Clima de insegurança em Cachoeira e São Félix leva estudantes da UFRB a suspender atividades

 

O clima de tensão em Cachoeira e São Félix, no Recôncavo Baiano, ganhou novos contornos nesta semana após a divulgação de um comunicado atribuído ao Bonde do Maluco (BDM). O card, compartilhado nas redes sociais nesta terça-feira (30), proíbe a circulação de moradores entre os dois municípios, sob a orientação de que “cada um em seu quadrado”.

A ameaça tem causado apreensão, sobretudo entre quem precisa se deslocar diariamente por trabalho ou estudo. “Existe a preocupação porque tem gente que trabalha aqui e mora lá e pessoas que estudam aqui e moram lá”, relatou um morador de Cachoeira, que preferiu não se identificar.

A escalada da violência ocorre a menos de um mês da 13ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), marcada para os dias 23 a 26 de outubro, evento que costuma movimentar a economia e atrair turistas e escritores de todo o país.

Suspensão de atividades acadêmicas

Diante da insegurança, a Classe Estudantil do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL/UFRB) decidiu suspender todas as atividades acadêmicas entre 1º e 3 de outubro. A medida foi aprovada em reunião do movimento estudantil, que denunciou confrontos entre facções em diversos bairros, inclusive em plena luz do dia, com relatos de vítimas baleadas próximo ao centro histórico.

Em nota divulgada nas redes sociais, os estudantes criticaram a postura do Comitê de Crise, que teria minimizado a gravidade do cenário e solicitado o retorno às aulas. Para a classe, a decisão visa resguardar a integridade de alunos, professores e servidores diante da “falta de condições objetivas de proteção” no campus e da limitada estrutura de atendimento médico na região.

“A administração não pode ter o poder de decidir se as atividades acadêmicas estão acima de nossa segurança”, afirma o documento, ressaltando que a comunidade estudantil é formada, em sua maioria, por pessoas de baixa renda, sem recursos para emergências ou planos de saúde.

Os estudantes também advertiram que qualquer imposição de retomada das atividades será considerada uma afronta à decisão da classe e que a administração poderá ser responsabilizada por eventuais riscos. Fonte: Blog do Valente

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