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terça-feira, 10 de julho de 2012

EDITORIAL

É temeroso pensar que nada pode mudar no Brasil se depender dos jovens.

Nossos jovens não sabem o que é política, salvo raras exceções. Eles não leem jornais, não se informam, não tem mínimos elementos para argumentar sobre política.

Nossos jovens não se interessam em cobrar promessas eleitoreiras. Ninguém confere se é verdade ou não as ações divulgadas na TV. As pessoas não entendem que nem tudo o que está na capa do jornal é verdade, que as manchetes podem ter sido manipuladas para favorecer um determinado interesse. Faltam olhares mais atentos. Se fizermos uma enquete com jovens entre 18 e 25 anos sobre políticas públicas, o resultado será desastroso. Nossos jovens são meros repetidores do que é manchete (manchete, pois não se lê mais matérias inteiras).

Nada pode mudar no futuro por que nossos jovens não são mais os mesmos. Se antes, quando a população era menos esclarecida, quando não havia meios de comunicação como hoje, já era difícil lutar contra as oligarquias, imagina hoje, que os jovens se preocupam mais com o orkut?! Não que não se deva estar conectado na maior rede de relacionamento do mundo, não é isso. O problema é que não é só isso. O jovem não pode ser alienado do mundo em que vive, dos perigos que corre, das armadilhas em que cai quotidianamente. É preciso haver uma re-conscientização cívica dos jovens, é preciso haver educação política para quem é o futuro da sociedade.

É um absurdo constatar que ninguém pensa coletivamente. As pessoas são egoístas. Vivemos num mundo individualista, pouco importa se existem crianças passando fome a poucos metros da minha casa ou do meu trabalho, todos só se interessam por si mesmos, como podem ganhar mais e mais dinheiro. É preciso haver consciência coletiva, é necessário compreender que o meu bem é o bem do outro, que se o outro estiver numa pior, de uma forma ou outra, hoje ou amanhã, isso vai refletir na minha vida. É inevitável, é a lei da vida.

Ao mesmo tempo, ninguém lembra que sociedade não é só governo; uma sociedade é povo, governo e instituições privadas, e todos devem chamar para si a responsabilidade pelo futuro, por que no futuro todos sofrerão os efeitos do que se faz - ou se deixa de fazer - no presente.

Por que vou dizer que não acredito que podemos mudar o mundo? Não! Eu acredito sim que podemos mudar o mundo! Se pensarmos sempre coletivamente, se pensarmos que não precisamos ter tanto dinheiro para ser felizes, se pensarmos que o necessário já é suficiente e que o excedente pertence a todos, seremos melhores no futuro.

E como sempre, é preferível termos esperança que boas almas existem, e que essas serão as que chamaram para si a responsabilidade pelo futuro do nosso País. Vamos pensar que os jovens preferirão os verdadeiramente honestos, por que se lhes falta consciência política, lhes sobra percepção. Hoje em dia não é qualquer discurso que manobra a opinião dos nossos jovens. E aí mora a minha esperança: somos mais espertos, mais vividos apesar da pouca idade. Dos nossos pais ficamos com a experiência trazida pela própria vida. E aí está a diferença. Nossos pais sofreram por nós, e agora, nós saberemos escolher melhor nossos representantes.

Eleições se sucedem de dois em dois anos. Já é hora de haver uma reciclagem política no Brasil. Se existem "sarney's"no Congresso é por culpa nossa, mas chega, não mais. Estamos fartos de exemplos. Está chegando a hora de uma grande mudança política! Temos que perceber quem realmente trabalha pelo coletivo, quem realmente se preocupa com os pobres e miseráveis do nosso País.

Tomara que toda a minha esperança seja verdade, tomara que nas próximas eleições mais engenheiros e menos advogados preencham as vagas do Poder Legislativo. Chega de discurso, é preciso botar a mão na massa, é preciso ter empatia com as pessoas, com os seres humanos que estão à margem de uma vida digna, eles sofrem, e sofrem demais... E é por eles que devemos votar, é pensando nesse povo que o jovem brasileiro deve se mobilizar e escolher corretamente seus representantes.

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