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sexta-feira, 29 de março de 2013

Currículo e escolas inclusivas: dois desafios possíveis???


Por: Tácila Calazans
Vivemos numa época em que muito se fala sobre inclusão. O assunto começou a ser discutido alguns anos atrás, quando acreditava-se que incluir era sinônimo de abrir vagas nas escolas regulares para pessoas com necessidades educacionais especiais. Mas, será que isso realmente é incluir? Será que temos uma escola inclusiva e um currículo que oferece condições de aprendizagem iguais a todas as crianças? Ou será que simplesmente acreditamos que incluir é oportunizar vagas para as crianças que antes se encontravam fora da escola?  Para prosseguirmos, é preciso, antes de tudo, diferenciar integrar de incluir. Integrar é o que mais vemos em nossas escolas. Integrar é inserção parcial do sujeito. É abrir vagas para que as pessoas com necessidades educacionais especiais se matriculem nas escolas regulares.
Agora, incluir... Incluir é outra história...
Incluir é abrir vagas nas escolas regulares para as pessoas com necessidades educacionais especiais, mas é também garantir a essas pessoas o direito de aprendizagem. É fazer adaptações físicas, curriculares, mas acima de tudo, fazer mudança de posturas, mudança de comportamentos preconceituosos, mudança de práticas pedagógicas e adaptações de materiais e recursos didáticos para que todas as pessoas tenham oportunidade de aprendizagem igual. Uma escola inclusiva é aquela que rompe com a perspectiva homogeneizadora e adota estratégias para assegurar os direitos de aprendizagem de todos, ou seja, uma escola inclusiva entende que todos somos diferentes e todos temos necessidades educacionais especiais, visto que não existem duas pessoas iguais, nem que aprendam igualmente, nem que ensinem igualmente, nem que tenham vivências igualmente, nem que existam igualmente no mundo.
É preciso romper paradigmas e acreditar que podemos sim incluir e educar todas as pessoas homogeneamente respeitando a diversidade e as diferenças de cada um.
A Declaração de Salamanca, principal documento sobre Educação Inclusiva, acerca da inclusão traz como eixo norteador a legitimação da diferença (diferentes práticas pedagógicas) em uma mesma sala de aula para que todos possam acessar o conhecimento.
E assim encerro esta pequena reflexão sobre inclusão. Espero que tenha servido para abrir espaço de questionamentos e discussões em todos os âmbitos onde possa alcançar esse instrumento de comunicação.
Respondo, entretanto, a pergunta que inicio esse texto com outra pergunta mais pertinente  e mais provocativa a  meu ver:
Currículo e escolas inclusivas: dois desafios possíveis. Mas até que ponto eu estou disposto a ir para que esses desafios sejam superados???
Pense nisso. Nós sempre podemos fazer algo para garantir que os nossos direitos sejam realmente efetivados.

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