Por: Tácila Calazans
Vivemos numa época em que muito se fala sobre inclusão. O
assunto começou a ser discutido alguns anos atrás, quando acreditava-se que
incluir era sinônimo de abrir vagas nas escolas regulares para pessoas com
necessidades educacionais especiais. Mas, será que isso realmente é incluir?
Será que temos uma escola inclusiva e um currículo que oferece condições de
aprendizagem iguais a todas as
crianças? Ou será que simplesmente acreditamos que incluir é oportunizar vagas
para as crianças que antes se encontravam fora da escola? Para prosseguirmos, é preciso, antes de tudo,
diferenciar integrar de incluir. Integrar é o que mais vemos em nossas escolas.
Integrar é inserção parcial do sujeito. É abrir vagas para que as pessoas com
necessidades educacionais especiais se matriculem nas escolas regulares.
Agora, incluir... Incluir é outra história...
Incluir é abrir vagas nas escolas regulares para as pessoas
com necessidades educacionais especiais, mas é também garantir a essas pessoas
o direito de aprendizagem. É fazer adaptações físicas, curriculares, mas acima
de tudo, fazer mudança de posturas, mudança de comportamentos preconceituosos,
mudança de práticas pedagógicas e adaptações de materiais e recursos didáticos
para que todas as pessoas tenham oportunidade de aprendizagem igual. Uma escola
inclusiva é aquela que rompe com a perspectiva homogeneizadora e adota
estratégias para assegurar os direitos de aprendizagem de todos, ou seja, uma
escola inclusiva entende que todos somos diferentes e todos temos necessidades
educacionais especiais, visto que não existem duas pessoas iguais, nem que
aprendam igualmente, nem que ensinem igualmente, nem que tenham vivências
igualmente, nem que existam igualmente no mundo.
É preciso romper paradigmas e acreditar que podemos sim
incluir e educar todas as pessoas homogeneamente respeitando a diversidade e as
diferenças de cada um.
A Declaração de Salamanca, principal documento sobre
Educação Inclusiva, acerca da inclusão traz como eixo norteador a legitimação
da diferença (diferentes práticas pedagógicas) em uma mesma sala de aula para
que todos possam acessar o conhecimento.
E assim encerro esta pequena reflexão sobre inclusão. Espero
que tenha servido para abrir espaço de questionamentos e discussões em todos os
âmbitos onde possa alcançar esse instrumento de comunicação.
Respondo, entretanto, a pergunta que inicio esse texto com
outra pergunta mais pertinente e mais
provocativa a meu ver:
Currículo e escolas
inclusivas: dois desafios possíveis. Mas até que ponto eu estou disposto a ir
para que esses desafios sejam superados???
Pense nisso. Nós sempre podemos fazer algo para garantir que
os nossos direitos sejam realmente efetivados.
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