Falar
em obesidade num país onde se estima que cerca de 13 milhões de pessoas passam fome
ou sofrem com desnutrição pode parecer ironia, mas o fato é que 40% da
população é obesa e 15% desse percentual são crianças e se essa situação não
for contornada os números serão ainda mais alarmantes. As causas da obesidade infantil
são diversas. Segundo Oliveira(2003) estas causas são de caráter multifatorial,
envolvendo fatores biológicos, psicológicos e ambientais, sendo que este último
que envolve a inatividade física seguido dos maus hábitos alimentares tem se mostrado fator determinante. Uma das razões que explicam o
crescente índice de sedentarismo é a violência nas cidades e as crianças trocam
as brincadeiras saudáveis pelos jogos em computadores, vídeo games e televisão.
O papel do educador físico diante dessas circunstâncias se torna importante e
essencial.
Incentivar as crianças a prática
de atividade física e hábitos saudáveis na
alimentação é fundamental. Essa conscientização também deve se estender
aos familiares. As unidades escolares podem promover palestras sobre esse
assunto ou aproveitar momentos nas reuniões com os pais a fim de proporcionar conhecimentos
ás famílias sobre diferença entre sobrepeso e obesidade dessa forma despertar interesse
quanto aos cuidados necessários na alimentação e incentivo a prática de
atividade física.
Definição de SOBREPESO segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS): peso corporal que excede o peso normal dos
indivíduos da mesma raça, sexo, idade e constituição física. Definição de
OBESIDADE segundo a (OMS):é doença na qual o excesso de gordura corporal
acumulada no organismo aumentou o peso corporal de tal forma que pode prejudicar
a saúde. Ambos, sobrepeso e obesidade, podem ser provocados pelo desequilíbrio
entre a quantidade e qualidade das calorias consumidas e gastas durante as
atividades físicas diárias.
Os educadores devem fazer com que
os pais e familiares compreendam que o
tratamento de obesidade e sobrepeso é realizado em longo prazo, as mudanças nos
hábitos alimentares para que se tornem saudáveis e agradáveis bem como os exercícios físicos devem ser
incluídos gradativamente na rotina da
criança para que ela possa se adaptar e a perda de peso venha como consequência
desses processos.
O conhecimento quanto aos riscos á
saúde por causa da obesidade também devem ser multiplicados. O educador físico
precisa esclarecer que combater a obesidade não é uma necessidade exclusivamente
estética. O que se pretende é informar aos pais é que a obesidade pode
acarretar doenças antes mais
diagnosticadas nos adultos, como problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes
e colesterol alto.
Além desses diagnósticos citados,
podemos evitar as seguintes complicações:
·
Maior
predisposição a artroses, osteoartrite
·
Hipertensão
arterial sistêmica
·
Hipertrofia
cardíaca
·
Aumento
do risco cirúrgico
·
Idade
óssea avançada
·
Maior
predisposição a micoses e dermatites
·
Resistência
à insulina e maior predisposição ao diabetes
·
Aumento
da freqüência de litíase biliar
·
Maior
freqüência de câncer de endométrio, mama, vesícula biliar,
·
cólon/reto,
próstata
As consequências da Obesidade no
aspecto Psicossocial:
·
Discriminação
social e isolamento
·
Afastamento
de atividades sociais
·
Dificuldade
de expressar seus sentimentos
As dificuldades respiratórias
costumam ser frequentes como a apnéia do sono, asma e por consequência ocorre a
diminuição da eficiência muscular e aumento do esforço respiratório.
Diante de todas essas
considerações, convido a todos a refletir sobre formas de intervir na prevenção
e no controle da obesidade infantil na escola.
Desejo que os gestores das
unidades escolares possam valorizar o educador físico que tem um papel
importante nesse processo, bem como apoiar as suas práticas pedagógicas na
escola.
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