Na nova pesquisa Datafolha,
Dilma aparece com 36% das intenções de voto, contra 20% de Aécio e 8%
de Eduardo Campos. Primeira pesquisa realizada depois da Copa do Mundo,
nos dias 15 e 16 de julho, os números para o primeiro turno das eleições
são muito parecidos com aqueles detectados pelo mesmo Datafolha quinze
dias atrás durante a Copa: Dilma tinha 38% (caiu 2%, dentro da chamada
margem de erro), Aécio 20% (o mesmo de agora) e Campos 9% (caiu 1%,
dentro da margem de erro). Algo
significativo é a percentagem de indecisos, que subiu e continua alta:
passou de 11% para 14% (somada a brancos/nulos, são 27% dos eleitores,
ou quase um terço do eleitorado, que não tem preferência nenhuma. Esse
porcentual é maior do que em eleições passadas e transforma esta
campanha em uma das mais imprevisíveis de todas). Outro dado que
chama a atenção é que a avaliação do governo Dilma ficou pior do que
estava: passou de 26% para 29% os que dizem ser ruim/péssimo. A
desaprovação ao governo vem de longa data. Desabou nas manifestações de
junho de 2013 e nunca mais se recuperou. Para muitos analistas, esta
insatisfação com o governo é o principal obstáculo para a reeleição de
Dilma. A piora da avaliação do governo durante a Copa sugere que a
avalanche de propaganda oficial que inundou as TVs durante os jogos –
de estatais como Petrobras (que exibiu um comercial com a música que
passava no cinema antes dos filmes nos anos 1980/90 com lances de
futebol) e Caixa, mas também de governos estaduais mostrando suas
“realizações” – teve, pelo menos no imediato, efeito nulo. Isto mostra
que o eleitor-telespectador-consumidor sabe distinguir futebol, Copa e
lazer, de seus problemas cotidianos e do país, aos quais caberiam aos
políticos oferecer soluções. Seja como for, os números eleitorais
mostram, porém, que até aqui as oposições não conseguiram capitalizar
em intenções de voto a rejeição ao governo. No caso das últimas
pesquisas, o que parece acontecer é um eleitorado disposto a pensar no
que fazer. Entre fevereiro deste ano e 15 de julho, quando foi feito o
último levantamento do Datafolha, o número de indecisos dobrou, passando
de 7% para 14%. No mesmo período, Aécio passou de 16% para 20% e Campo
ficou estável na faixa dos 8%. Como Dilma despencou de 44% (em
fevereiro) para 36% (15 de julho), se vê que a oposição não está
conseguindo aproveitar o potencial de queda da adversária.Ou
seja: o quadro para a candidata do governo é ruim (rejeição +
desaprovação + tendência de queda) ao mesmo tempo em que a oposição não
consegue reverter para si o descontentamento. Durante a Copa, a política terminou em um 0 X 0. Agora vem a prorrogação. O público pede jogo bonito. Temos jogadores para isso?
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