sábado, 19 de julho de 2014

ELEIÇÕES 2014:Pesquisa mostra que Copa não mudou em nada a disputa eleitoral

Na nova pesquisa Datafolha, Dilma aparece com 36% das intenções de voto, contra 20% de Aécio e 8% de Eduardo Campos. Primeira pesquisa realizada depois da Copa do Mundo, nos dias 15 e 16 de julho, os números para o primeiro turno das eleições são muito parecidos com aqueles detectados pelo mesmo Datafolha quinze dias atrás durante a Copa: Dilma tinha 38% (caiu 2%, dentro da chamada margem de erro), Aécio 20% (o mesmo de agora) e Campos 9% (caiu 1%, dentro da margem de erro). Algo significativo é a percentagem de indecisos, que subiu e continua alta: passou de 11% para 14% (somada a brancos/nulos, são 27% dos eleitores, ou quase um terço do eleitorado, que não tem preferência nenhuma. Esse porcentual é maior do que em eleições passadas e transforma esta campanha em uma das mais imprevisíveis de todas). Outro dado que chama a atenção é que a avaliação do governo Dilma ficou pior do que estava: passou de 26% para 29% os que dizem ser ruim/péssimo.  A desaprovação ao governo vem de longa data. Desabou nas manifestações de junho de 2013 e nunca mais se recuperou. Para muitos analistas, esta insatisfação com o governo é o principal obstáculo para a reeleição de Dilma. A piora da avaliação do governo durante a Copa sugere que a avalanche de propaganda oficial que inundou as TVs durante os jogos – de estatais como Petrobras (que exibiu um comercial com a música que passava no cinema antes dos filmes nos anos 1980/90  com lances de futebol) e Caixa, mas também de governos estaduais mostrando suas “realizações” – teve, pelo menos no imediato, efeito nulo. Isto mostra que o eleitor-telespectador-consumidor sabe distinguir futebol, Copa e lazer, de seus problemas cotidianos e do país, aos quais caberiam aos políticos oferecer soluções. Seja como for, os números eleitorais mostram, porém, que até aqui as oposições não conseguiram capitalizar em intenções de voto a rejeição ao governo. No caso das últimas pesquisas, o que parece acontecer é um eleitorado disposto a pensar no que fazer. Entre fevereiro deste ano e 15 de julho, quando foi feito o último levantamento do Datafolha, o número de indecisos dobrou, passando de 7% para 14%. No mesmo período, Aécio passou de 16% para 20% e Campo ficou estável na faixa dos 8%. Como Dilma despencou de 44% (em fevereiro) para 36% (15 de julho), se vê que a oposição não está conseguindo aproveitar o potencial de queda da adversária.Ou seja: o quadro para a candidata do governo é ruim (rejeição + desaprovação + tendência de queda) ao mesmo tempo em que a oposição não consegue reverter para si o descontentamento. Durante a Copa, a política terminou em um 0 X 0. Agora vem a prorrogação. O público pede jogo bonito. Temos jogadores para isso?

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