Não era esperado, embora não surpreendesse, a pesquisa do Ibope realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, divulgada na noite desta terça-feira (2) pelo BN.
O cenário da consulta envolve nada menos de 32% dos eleitores
brasileiros, na medida em que São Paulo é o primeiro colégio eleitoral
do País e o Rio é o terceiro. Entre um e outro, ou na segunda posição,
está Minas Gerais, que ainda não se tem informações sobre pesquisas
presidenciais. A diferença em SP é de 39% para Marina e 23% para Dilma,
com queda mais expressiva para Aécio Neves, que parece estar fora de
combate que se trava entre as duas mulheres, fato inédito na história
política do Brasil. No Rio, numa rapidez estonteante, Marina, que logo
após a morte de Eduardo Campos estava em terceiro lugar, deu um salto
para o primeiro, colocando seis pontos percentuais à frente de Rousseff,
com 38% das intenções de votos contra 32%. É possível que nesta sexta
feira (5) o Datafolha apresente uma consulta nacional ampla, que dará a
justa medida de como se desenvolve a disputa. Rousseff tem errado, e um
dos seus erros é atacar Marina. O problema é que enquanto a presidente
denota nervosismo nos debates, Marina parece um personagem zen, o que
certamente descontrola, mais ainda, quem já está no limite da explosão,
como é o caso de Dilma. Um resultado negativo na sexta-feira será
comprometedor: ficarão faltando 30 dias para o primeiro turno, que
acontecerá no dia 5 de outubro. É pouco, mas de certo modo suficiente
para haver uma virada, o que por hora não se manifesta, a não ser um
processo de ascensão vulcânico da candidata do PSB. Se a virada se
mantiver e a decisão eleitoral ocorra em primeiro turno, será um fato
inédito nas eleições presidenciais, e uma resposta do eleitorado para
presidente e, talvez, também ao PT, porque a gestão que hoje se observa
definitivamente é comprometedora para o país, especialmente no setor da
economia. O fato ainda cresce de importância porque o eleitorado
indefinido está, em peso, tomando posição favorável ao voto em Marina
Silva. De fato, há um descontentamento dos brasileiros em relação ao
governo e a mudança, a partir do projeto de uma “nova política” que
tocou no eleitorado, cansado de observar um mar de corrupção que coloca o
Brasil entre as nações mais corruptas do planeta. Pior, sem que haja
punição.
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