Os 434 desaparecidos durante o regime militar, a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, assassinados no Rio de Janeiro na semana passada, foram homenageados durante Sessão Solene na Câmara dos Deputados, realizada na manhã desta quinta-feira (22), que celebrou o Dia Internacional do Direito à Verdade sobre Graves Violações aos Direitos Humanos e da Dignidade das Vítimas. A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) esteve na sessão e se solidarizou com a companheira de Marielle, Monica Benício, e com a irmã da vereadora, Anielle Silva, que participaram da homenagem. Em um discurso emocionado, Monica cobrou celeridade das autoridades brasileiras sobre o assassinato da vereadora. “Não devem só a mim a satisfação do que aconteceu com a minha mulher, porque isso não vai trazê-la de volta, mas devem ao mundo o respeito e a satisfação do que aconteceu nesse crime bárbaro. A Marielle tinha urgência de vida e pulsava luta, e isso está sendo demonstrado no Brasil e no mundo inteiro. Isso não pode ser calado com a morte dela”, afirmou. Para Alice, a morte de Marielle não será em vão. “Quiseram calar Marielle, mas sua voz ecoará para sempre. Ela lutava nas favelas e nos bairros mais pobres, contra a violência do tráfico e das milícias. Teve a coragem de levantar essa temática da luta da mulher negra, que é a primeira a ser atingida pela crise e pela violência. Os estilhaços das balas que tiraram sua vida estão cravados em nossos corações”, disse. A sessão marcou a primeira celebração no Brasil do Dia Internacional do Direito à Verdade sobre Graves Violações aos Direitos Humanos e da Dignidade das Vítimas, instituído pela Nações Unidas no dia 24 de março. A data foi incluída no calendário brasileiro de datas comemorativas pela Lei 13.605/18, de autoria da deputada Luiza Erundina (Psol-SP) e outros parlamentares. No dia 24 de março de 1980, foi assassinado o bispo de El Salvador Dom Oscar Romero, enquanto celebrava missa.
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