A Bahia registrou sua primeira condenação por intolerância religiosa seis anos após a morte da ialorixá Mildredes Dias Ferreira, conhecida como Mãe Dede de Iansã, vítima do crime. A condenação foi confirmada em segunda instância no Tribunal de Justiça da Bahia, nesta segunda-feira (7).
A condenada, Edneide Santos, foi denunciada em 2015 pelo Ministério Público estadual por praticar discriminação religiosa contra a ialorixá, Mãe de Santo do Terreiro Oyá Denã. Ela terá que prestar serviços à comunidade e se apresentar mensalmente à Justiça.
Segundo a decisão, Edneide hostilizava a ialorixá e religiosos em sucessivos abusos racistas e foi condenada pela prática do crime de racismo, na forma de preconceito religioso. Segundo a denúncia, os ataques de Enedeide tratavam-se de "verdadeira prática, induzimento e incitação ao preconceito e intolerância religiosa, uma vez que os ofendidos seriam toda a coletividade praticante do candomblé”.
Segundo o MP-BA, o Tribunal de Justiça da Bahia decidiu, da sentença, que “a conduta representa injustificável menosprezo e preconceito dirigido, intencionadamente, contra toda a coletividade praticante do candomblé, havendo suficiente comprovação de que as expressões utilizadas pela apelante, tais como “sai satanás”, “queima satanás”, implicam na exortação de indiscutível carga negativa quanto à referida religião de matriz africana”. MP
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