A participação do Município de Cairu na luta pela Independência do Brasil na Bahia foi muito além da importante contribuição com homens, armas e mantimentos para a campanha bélica de libertação nacional.
O Morro de São Paulo assumiu na época um dos papeis de maior relevância durante a guerra naval travada para expulsar o exército português da Cidade do Salvador, entre os meses de maio e julho de 1823.
Como se deu isso?
A primeira esquadra a navegar com a bandeira brasileira, comandada pelo oficial inglês Lord Cochrane, chegou do Rio de Janeiro à Bahia de Todos os Santos em 1º de Maio de 1823, para completar o cerco às tropas portuguesas lotadas em Salvador.
O primeiro combate da esquadra de Lord Cochrane quase terminou em tragédia para a mesma, pois os portugueses tinham o dobro de força numérica. Ao escapar, Cochrane estacionou os navios e organizou o seu núcleo de operações, com depósitos de armas, pólvora e mantimentos no “porto” da Ilha de Tinharé, no Morro de São Paulo, contando com o suporte da Fortaleza do Tapirandu, da infraestrutura local e sua Fonte Grande, como referência no abastecimento de água potável.
A partir dali passou a fustigar e ferir a armada lusitana, conseguindo mantê-la sem ação, bloqueada, na Bahia de Todos os Santos, situação que foi da maior importância para o desfecho da guerra. Os portugueses acabaram sitiados em Salvador sem poder receber mantimentos, munições e armamentos.
Tempos de guerra com a marcante participação de Cairu, a partir do Morro de São Paulo e sua estratégica localização. Daqui partiram centenas de homens para as batalhas e os mantimentos produzidos pelos cairuenses nas lavouras de mandioca, café, cacau, arroz, cana, milho, frutas, a farinha e, ainda, produtos da pesca e da pequena criação de gado. E logo veio o “fim” dos combates no dia 2 de Julho de 1823, quando os brasileiros conseguiram dominar o que restou das tropas portuguesas.
(Adaptado do livro "Tinharé", de Antônio Risério)
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