Nem mesmo a fama conquistada nos
últimos anos transformou a sensação de caminhar por praias exuberantes, onde
coqueiros e vegetação nativa existem a perder de vista.
Porém, a discussão sobre a
construção de um megaempreendimento de luxo, que pode ocupar cerca de 20% da
ilha, tem atraído mais receio do que comemoração entre os moradores.
O Bahia Notícias atravessou a
ilha, partindo da comunidade da Velha Boipeba até o outro extremo, onde ficam
as praias da Ponta de Castelhanos, Amendoeiras e Cova da Onça.
As três fazem parte de um dos
passeios mais pedidos entre os turistas, feito principalmente com os "quadritáxis",
comandados unicamente por guias autorizados que explicam cada detalhe da região
e da história de suas comunidades, como o quilombo de Monte Alegre ou a praia
de Moreré. E é esse direito à própria história e à própria terra em que nasceram
que preocupa muitos nativos.
Desde o seu anúncio, a construção do resort de luxo, que tem como sócios
José Roberto Marinho - sócio do Grupo Globo - e o economista Armínio Fraga, tem
levantado críticas em diferentes setores.
No entanto, o pedido de
licenciamento foi para uma versão reduzida, sem itens como, por exemplo, a área
para a prática de golfe.
No discurso com os moradores, os responsáveis pelo projeto garantem que a construção será sustentável, que prevê construções em menos de 2% da área total e que haverá o mínimo de supressão da mata nativa.
Porém, se por um lado há quem acredite que um projeto "menor" poderia ser compatível com a ilha e atrair turistas, favorecendo a economia, a maioria dos ouvidos pela reportagem duvida das intenções do grupo.
Uma das principais questões é exatamente como ficaria o acesso às praias. As barracas de madeira com conchas penduradas em Castelhanos dão o tom de um dia tranquilo às margens do encontro do rio com o mar.
Já na localidade conhecida como
Amendoeiras, as árvores de mesmo nome garantem a sombra de um local sem
qualquer construção, e onde os únicos sinais da passagem dos homens são um
balanço preso a um galho e o lixo que se acumula deixado por visitantes ou
trazido pelas ondas durante a maré alta. Fonte: Bahia Notícias
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