CM Neto marcou presença na festa trajando um típico chapéu de couro e capa de vaqueiro, símbolos fortes da cultura sertaneja. O gesto, amplamente divulgado nas redes sociais, teve resposta direta do governador Jerônimo Rodrigues, que, também de chapéu de couro, ironizou o adversário:
“Teve um aí que essa semana apareceu usando chapéu de couro e uma capa de couro. Não cola, não cola. Pra usar isso aqui tem que saber, tem que ter essência, tem que ser raiz.”
A tréplica de ACM Neto veio em vídeo, com críticas à gestão estadual e um tom de provocação:
“Governador, o senhor está com tempo livre para estar olhando minhas redes sociais [...] Cadê a ponte de Itapebí? Cadê a ponte de Itaparica? Cadê a segurança pública? Vamos trabalhar pela Bahia.”
Por trás das falas, a guerra por prefeitos e influência política
Muito além da troca de farpas, o embate expõe uma movimentação intensa dos dois grupos em busca de prefeitos aliados e capital político no interior do estado. Jerônimo Rodrigues tem avançado na atração de lideranças que antes estavam com ACM Neto. Ao todo, mais de 30 prefeitos eleitos por partidos de oposição já aderiram ao grupo do governador.
Entre os nomes confirmados estão:
Nal Azevedo (Avante) – Guanambi
Mário Galinho (PSD) – Paulo Afonso
Dr. Léo (MDB) – Buritirama
Eduardo Hagge (MDB) – Itapetinga
Gel da Farmácia (União Brasil) – Buerarema
Marcelo Belitardo (União Brasil) – Teixeira de Freitas
E outros nomes de municípios estratégicos
Outros nomes de peso, como Zé Cocá (PP), de Jequié, e Ednaldo Ribeiro (Republicanos), de Cruz das Almas, estariam em fase final de negociação com o governo.
Esse movimento enfraquece o grupo de ACM Neto e fortalece a base do PT para o projeto de reeleição de Jerônimo em 2026 — ou para impulsionar uma eventual candidatura alternativa com o aval do Planalto.
2026: mais que eleição, uma batalha simbólica
Além da corrida por prefeitos, a disputa inclui a tentativa de apropriação simbólica do interior baiano. Jerônimo busca reforçar sua imagem como figura enraizada na cultura rural e no projeto político do presidente Lula, enquanto ACM Neto aposta em visibilidade, comunicação digital e seu histórico administrativo na capital.
A vaquejada de Lagoa Real, nesse contexto, foi mais do que uma festa tradicional: serviu como campo simbólico de um confronto político e cultural que antecipa os embates de 2026.
Enquanto os líderes trocam críticas e disputam protagonismo, a população baiana segue cobrando o essencial: segurança, infraestrutura, empregos e melhorias concretas na vida real — muito além do figurino.
Fonte: Site Falando com Autoridade.
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