Por Rayllanna Lima
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que o crime organizado na Bahia está sob controle e que o estado acompanha “por minuto” os desdobramentos da megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos e resultou na prisão de 16 baianos que estariam ligados ao Comando Vermelho (CV). Um outro suspeito, também baiano, foi morto em confronto, segundo confirmação da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA).
Em entrevista ao Bahia Meio Dia, o governador Jerônimo Rodrigues disse que o governo baiano está em alerta e que a SSP monitora possíveis desdobramentos da ação fluminense. “Na Bahia, nós nos preparamos para qualquer tipo de reação que pudesse acontecer aqui. O secretário Marcelo [Werner] está acompanhando por minuto essa situação, tanto para ver o que pode repercutir, de apoio, de ajuda que a gente possa enviar”, afirmou.
O governador revelou ainda que mantém diálogo com o governo federal sobre o caso. “Ontem dialoguei com o representante do presidente Lula. Estamos colados, sendo informados, e com equipe lá dentro, para ver se conseguimos dar uma freada naquela situação, para não repercutir e não espalhar”, declarou.
Jerônimo também criticou a condução da operação no Rio. “A forma como deve tratar temas como este não deve ser com a força bruta desse formato. Esse modelo é possível que não sirva. Nós temos que ter unidade entre governo federal e governo do estado para fortalecermos as forças estaduais”, afirmou.
Ao reforçar que o crime organizado na Bahia está sob controle, o governador destacou o papel da inteligência policial e o investimento em estrutura. “As ações nossas de polícia e de segurança pública têm tido o controle. Para mim, a máxima é que bandido bom é bandido preso, entregue à Justiça, colocado no presídio depois de julgado para pagar sua pena”, disse.
O governador adiantou ainda que vai anunciar novos concursos e investimentos em segurança pública, incluindo compra de viaturas, equipamentos de proteção e ampliação do efetivo policial. “A sociedade baiana pode se sentir confortável em relação ao ambiente de segurança e de paz que estamos construindo”, concluiu.
Megaoperação
Entre os presos na megaoperação no Rio de Janeiro estão lideranças apontadas como chefes do tráfico em Feira de Santana e no bairro de Portão, em Lauro de
Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. A ação, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, expôs uma rede de cooperação entre criminosos da Bahia e do Rio, já monitorada pelas forças de segurança estaduais.
O baiano morto na operação foi identificado como Júlio Souza Silva, 26 anos, natural de Salvador. Ele era apontado como liderança da facção no Vale das Pedrinhas, na região do Nordeste de Amaralina, e chegou a usar um fuzil com o emblema da bandeira da Bahia.
Júlio cumpria pena em regime semiaberto e teria voltado a atuar no tráfico. A SSP-BA informou que segue mapeando o envolvimento dos suspeitos baianos presos no Rio, em cooperação com as autoridades fluminenses e federais. Segundo a pasta, o objetivo é identificar eventuais ramificações e prevenir repercussões da operação no território baiano, mantendo o estado em regime de atenção e vigilância reforçada.