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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Lixões têm custo anual de US$ 370 mi para a saúde

O descarte inadequado do lixo vai além do impacto negativo ao meio ambiente. Se os lixões e unidades inadequadas de destinação de resíduos permanecerem em funcionamento, em cinco anos isso vai gerar um gasto de US$ 2,1 bilhões aos cofres públicos. Por ano, o tratamento de doenças relacionadas a esta questão custa US$ 370 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS).  Estes dados foram apresentados por um estudo inédito realizado pela International Solid Waste Association (ISWA, Associação Internacional de Resíduos Sólidos) que identificou o montante de recursos que serão comprometidos no Brasil para o tratamento da saúde pública e degradação ambiental nos próximos anos. O levantamento foi executado em parceria com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (Abrelpe). Foram analisadas as produções de resíduos sólidos nos mais de 3 mil lixões do Brasil, entre 2010 e 2014.  “No estudo preparado pela ISWA, foram contabilizados não só os custos para tratamento dos problemas de saúde das pessoas, causados principalmente pela existência e manutenção dos lixões, mas também foi considerado o impacto de perdas de dias de trabalho por afastamento médico, os custos psicossociais causados aos moradores das áreas próximas aos lixões e os danos ambientais causados por essas unidades irregulares”, ressaltou o diretor presidente da Abrelpe e vice-presidente da ISWA, Carlos Silva Filho. Segundo a pesquisa, cerca de 75 milhões de brasileiros não têm destinação adequada para seus resíduos - que, na maioria das vezes, acabam jogados em lixões, impactando negativamente o meio ambiente e a saúde. Coordenador do levantamento, Antonis Mavropoulos destaca que as pessoas que moram perto dos lixões, catadores de materiais recicláveis e trabalhadores de limpeza urbana são os que mais sofrem com a situação, visto que as doenças se propagam por contaminação de água, solo, ar, fauna e flora.  Em todo o mundo, pelo menos 1% da população (cerca de 750 mil pessoas) que está inclusa nos grupos de risco desenvolve doenças causadas pelo descarte e destinação incorretos do lixo. O estudo aponta que o custo do governo brasileiro - através do SUS - para tratamento de saúde das vítimas afetadas é de US$ 500 por pessoa. Em cinco anos, somente para a saúde, deverão ser destinados US$ 1,85 bilhão. Ainda de acordo com informações de Marvropoulos, a qualidade de vida de 3,5 bilhões a 4 bilhões de pessoas, em todo o mundo, é ameaçada por conta de lixões. Ele revelou ainda que, apesar disto, é difícil estudar seus impactos, já que os fluxos de resíduos é descontrolado. O que complica o rastreamento. O estudo destaca ainda os custos gerados para as secretarias de meio ambiente. Tendo em vista que esses resíduos causam danos à atmosfera com emissões de CO2, danos à água, ao solo, à fauna e à flora, o custo calculado foi equivalente ao valor que o Brasil teria que investir para reverter todos os prejuízos ambientais causados pelos lixões.

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