O setor de alimentação fora do lar chega ao fim de 2025 com otimismo. Segundo levantamento nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 81% dos empreendedores esperam aumento no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Para a maioria (26%), o crescimento deve ser de pelo menos 10%. Na Bahia, o cenário é ainda mais positivo.
De acordo com o presidente da Abrasel-BA, Leandro Meneses, 85% das empresas baianas projetam alta nas vendas, impulsionadas pelas confraternizações de fim de ano e pelo início da temporada de verão.
O levantamento nacional da Abrasel mostra que 32% dos estabelecimentos pretendem ampliar o quadro de funcionários, especialmente em cargos operacionais como auxiliares de cozinha (70%), garçons (54%) e atendentes (48%). Na Bahia, 24% das empresas têm intenção de contratar, segundo Meneses.
“Em nosso recorte estadual temos 85% das empresas projetando um faturamento maior para o final de ano, com as confraternizações, e o início da temporada de verão. Temos 24% das empresas com intenção de aumentar seu quadro de colaboradores nesse período. As zonas turísticas acabam sendo mais procuradas nesse período, principalmente as regiões litorâneas, por conta do verão e das férias das famílias”, explicou.
Apesar da perspectiva positiva, o desafio para encontrar e reter mão de obra qualificada continua sendo uma preocupação tanto no cenário nacional quanto no estado. No Brasil, 88% dos empresários relatam dificuldade para contratar, apontando a falta de interessados nas vagas e a escassez de profissionais qualificados como os principais entraves.
Na Bahia, a situação se repete. “Esse tem sido o grande calo para todos que empreendem no segmento. A concorrência com as BigTechs é o maior desafio.
Os jovens estão preferindo trabalhar com aplicativos de transporte e comida, pois têm um horário mais flexível, e isso se encaixa com o estilo de vida das novas gerações”, afirmou o presidente da Abrasel-BA.
Em setembro, o setor enfrentou um mês difícil, impactado pela alta da inflação e pelos efeitos da crise do metanol, que afetou a produção de bebidas e pressionou custos. O resultado foi uma queda no número de empresas com lucro, que passou de 43% em agosto para 33% em setembro, enquanto o total de negócios em prejuízo subiu de 16% para 27%.
Os números também se refletem no Índice Abrasel-Stone, que apontou retração de 4,9% no volume de vendas no período. Ainda assim, o presidente-executivo da Abrasel nacional, Paulo Solmucci, destaca que o otimismo permanece. “Setembro foi atípico, com fatores externos que afetaram o desempenho, mas acreditamos que os próximos meses serão muito movimentados pelas confraternizações, turismo e pagamento do 13º salário, que tradicionalmente fortalecem o setor nesta época do ano”, disse.
Com a chegada das festas, a expectativa é de salas e mesas cheias, reforçando o papel do setor como um dos principais motores da economia de serviços. Entre as ações mais adotadas pelos empresários para manter seus colaboradores estão a premiação por desempenho (41%), oferta de cursos e treinamentos (20%), flexibilização de horários (19%) e aumento de salários (19%).
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